Já fui contra o nuclear, mas hoje sou favorável à construção de uma central nuclear, como forma de obtermos energia barata sem as consequentes emissões de gases para a atmosfera e sem poluirmos visualmente todo o nosso país.
Não sou contra nenhuma forma de energia dita alternativa, que fique bem claro. Independentemente da fonte de energia, Portugal é importador - mais um item que, em meu entender, favorece a localização de uma central nuclear no nosso país.
Actualmente tenho visto as nossas serras, dia após dia serem cravejadas de geradores eólicos, com a consequente poluição visual que causam (as pessoas esquecem-se da poluição visual). Já não bastavam as antenas das redes móveis, tinha agora que aparecer a moda das “ventoinhas”. Porque não instalar uma grande quantidade delas numa só zona? Assim só se poluía visualmente esse local. Recordo-me do enorme parque eólico no planalto que se segue a Madrid, a caminho de Zaragoza. Cá no burgo, como não temos planaltos de tamanha envergadura, temos que poluir visualmente todas as nossas serras e mesmo pequenas elevações, algumas com apenas um gerador, como que a querer mostrar “estou aqui”. Um exemplo concreto desta poluição visual é a zona das Pedras Lavradas na Serra da Estrela, (
Alternativas renováveis ao nuclear (plausíveis). A primeira prende-se com o aproveitamento da energia das ondas e recordo-vos que temos uma costa atlântica enorme, onde por certo condições e locais favoráveis não faltam; a segunda está em curso e estou a falar do enorme parque fotovoltaico no Alentejo; a terceira está espalhada por todo o país e é o que se vê (ventoinhas e mais ventoinhas…)
De volta ao nuclear, que problemas se colocam?
1) a energia nuclear é segura? o conceito de ‘segurança’ tratando-se de centrais de fissão, é sempre muito relativo… ainda guardamos em memoria a tragédia de Chernobyl.
2) onde se guardam os resíduos? A falha atlântica é apetecível, é funda, esquece-se o que para lá se atira…;
3) local de instalação: longe da falha sísmica que atravessa o oeste até ao Algarve. O Eng. Monteiro de Barros não quis revelar o local exacto na sua proposta;
Já agora, porque não questionar o valor das energias eólicas que o Governo está a apoiar, qual o seu custo de entrada na rede da REN, ou o que tem sucedido com as mini-hídricas, e o que as autarquias (não) têm feito com elas? Já agora, e apenas para vos recordar, os nossos vizinhos têm uma central nuclear a apenas 100km do nosso país, Almaraz.
Vamos às questões, deixemo-nos de alinhar em modas só porque na altura parecem bem…
1 comentários:
Li o seu artigo e decidi deixar-lhe algumas notas sobre o nuclear.
A discussão sobre a eventual instalação de uma central nuclear em Portugal não tem sido clara e muitas vezes chega mesmo, na minha perspectiva, a distanciar-se de uma verdadeira discussão sobre a problemática energética. Por vezes fica até a sensação que, nesta discussão, os factores económicos/financeiros se sobrepõem aos factores técnicos e ambientais.
Muito frontalmente, esta problemática começa pelo consumo e não pela produção. A melhor forma de produzir um Kilowatt é não consumi-lo, certo?
Não devemos, nem podemos, centrar a problemática energética numa discussão "sé é bom ou mau fazer uma central nuclear". A discussão deve ser centrada em soluções técnicas, económicas e ambientalmente sustentáveis. Se perdermos o tempo a discutir se é "bom ou mau", se o "aquecimento global existe ou não" ou se o "protocolo de Quioto é benéfico ou não", quando for tempo de actuar poderá ser tarde demais…
As medidas de eficiência energética são urgentes e altamente necessárias. Alguns mecanismos começam a ser pensados, no entanto há um longo caminho para percorrer…
Aguardemos melhores dias e um debate sério sobre esta problemática!!!
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