sexta-feira, agosto 17, 2007

“Diz que é uma espécie de mar de Abrantes”

Finalizadas as obras do Açude insuflável, projecto inovador, com tecnologia de ponta importada do Japão e gastos 9.450.290, 28 euros, quase 10 milhões de euros (2 milhões de contos em moeda antiga só para o açude em si) obteve-se deste modo um imenso plano de água. Neste momento, a zona ribeirinha de Abrantes mantem um espelho de água permanente, com cerca de 50 hectares, fundamental para a dinamização da zona que já foi, também, alvo de um conjunto diversificado de arranjos urbanísticos em ambas as margens.

O projecto Aquapolis, nas duas margens do Tejo, tem um orçamento global de 20 milhões de euros, abrangendo uma área de 85 hectares, 23 dos quais na zona norte, 13 na zona sul e os restantes 50 no rio. A maior parte investimento, tanto quanto sei, foi comparticipado pela União Europeia, Estado português e autarquia.

Morei 28 anos na margem norte de Abrantes – Barreiras do Tejo, margem abandonada e entregue à extracção de areias durante longos anos e é com alegria que observo a obra feita. Pensei que os inúmeros esgotos a céu aberto provenientes da cidade tivessem sido todos deslocados para a ETAR de Alferrarede, contudo hoje durante um passeio ribeirinho, como o caudal se encontrava a uma cota inferior, pude verificar que tal não acontecera na globalidade ainda restando pelo menos um esgoto na margem norte a correr para o rio. Pergunto eu: investe-se 20 milhões de euros num enorme projecto contendo uma praia fluvial e depois não se removem/ deslocam todos os esgotos? Ainda hoje observei banhistas a nadar não muito longe deste esgoto, sem saberem os riscos que correm.

Enfim... aprecio a obra feita, mas já agora, façam-na como deve ser.

(Imagem: CMA)

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